Rótulos para que?

Qual a função de um rótulo?
Identificar as características de um produto, contendo informações detalhadas para que possamos saber o que estamos consumindo.
E nós, seres humanos? Também possuímos rótulos? Eu diria que sim. Alguns deles bem informativos e até positivos. Contudo, na minha prática como psicólogo, tenho ouvido de meus pacientes ao longo dos anos os efeitos daninhos de rótulos que limitam. Limitam a própria capacidade de crescimento e realização pessoal.
Já vi pessoas brilhantes se rotularem de incapazes e sempre me questiono, essa pessoa é realmente incapaz nessa área de sua vida, ou é simplesmente um rótulo irracional. Não dou conta disso ou daquilo, sou alto demais, velho demais, inexperiente demais, isso não é para mim, ninguém me acha interessante, nunca conseguirei e por aí vai. A criatividade para criar rótulos é fantástica. O problema desse tipo de delimitação é que torna o portador incapaz de tentar situações novas, arriscar-se ou mudar de direção. Enxergamos basicamente aquilo que queremos, se eu me vejo como uma pessoa tímida, uma pessoa desinteressante, como resultado não terei motivação para conhecer as pessoas, para puxar um papo na rua, para me declarar para alguém ou para cultivar uma amizade.
Que rótulos você se coloca? Eles estão limitando sua capacidade de experienciar a vida, as situações? Se sim questione-os e apoie-se na premissa básica que o ser humano é dotado de inteligência, que aprende com situações novas, que está num eterno vir a ser como alguns filósofos existencialistas argumentavam.
Seja aquilo que pode, confiando sempre na sua experiência.