Ser bom é inato? O que torna as pessoas boas?

Este período de catástrofes que estamos vivendo, me fez pensar sobre isso, fiquei comovida ao ver a reportagem sobre o menino de 11 anos que foi levado pelas águas na zona leste, o pai dizia que ele era um menino muito bom, ele tinha ido até a casa do amigo para ajudá-lo, infelizmente pelo excesso de água, a parede da cozinha se rompeu e o menino foi levado. Sua missão foi cumprida, seu colega foi salvo, porém ele esta desaparecido.

Ele era um menino bom! Pelo olhar religioso ele praticou a caridade, pensando pelo olhar filosófico ele utilizou uma de suas virtudes, ele tem uma noção do coletivo, sabe viver em comunidade, diria um sociólogo, cientificamente ele usou seu nervo vago.

É isso mesmo, os neurocientistas estão mapeando a área do cérebro responsável pela produção de boas atitudes. Ser bom é inato. Uma das matérias de nossa parceira a Revista Mente e Cérebro no mês passado abordou esse assunto. O título do artigo era A Ciência da Bondade, eles entrevistaram Dacher Keltner que escreveu o livro Born to be good: the science of a meaningful life (W.W.Norton, 2009), ainda não há tradução para o português. Esse autor afirma que o ser humano tem inclinações para a bondade, generosidade, brincadeira, o que facilita a convivência em grupo e é importante para a evolução. Cuidar, respeitar e brincar foram desenvolvidos pelo cérebro e pela prática social. O neurocientista Stephen W. Porges, da Universidade de Illinois em Chicago, denominou esta região cerebral como “nervo da compaixão”. Veja mais comprando a revista ou lendo no site http://migre.me/j5nH.

Gostei muito da discussão proposta, pois acredito que a bondade é inata mesmo, e ela pode ser desenvolvida e aprimorada pela convivência social e pela preservação dos valores morais e virtudes. Infelizmente nos dias atuais presenciamos constantemente a distorção dos valores, raramente as pessoas conseguem ajudar sem esperar ou cobrar um retorno. O condicionamento está geral, as relações estabelecidas em função de trocas quase (100%) materiais, todos pensam (pensamos) qual vantagem levaremos nisso!

Foi perguntado ao sr. Keltner o que ele pensa sobre esse tipo de Ciência ele disse “Ela me traz esperanças para o futuro. Que nossa cultura se torne menos materialista e privilegie satisfações sociais como diversão, toque, felicidade, que do ponto de vista evolucionário são as fontes mais antigas de prazer.” (http://migre.me/j5nH)  
Inaato ou aprendido ser bom é uma característica que devemos preservar pois ao praticarmos o bem, somos tomados por emoções agradáveis. Esses sentimentos ajudam a tornar nossa vida menos amarga e fomenta a nossa capacidade de ser resiliente. Conforme os eventos estressores que temos observado, a corrente do bem se faz extremamente necessária para podermos sobreviver e tornar o mundo melhor para as futuras gerações.